Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantem que sabiam o tema da redação antes mesmo dos portões serem abertos no segundo dia de provas. A aplicação do exame aconteceu neste sábado (6) e domingo (7).
A suspeita de fraude no Enem surgiu depois que estudantes do município procuraram o professor de redação Marcos Freire para esclarecer dúvidas sobre o tema de redação. O professor estava em um dos pontos de apoio aos candidatos, em frente a uma escola.
“Os alunos chegaram perguntando como eles fariam uma redação se o tema fosse trabalho e escravidão. Eles disseram que o tema tinha vazado. Como professor, eu fui trabalhar com eles, discutir o tema, ver que teses eles poderiam construir em cima disso”, disse o professor.
De acordo com os candidatos, a prova com o tema da redação teria vazado do Piauí. E mesmo antes das 11h, meio-dia no horário de Brasília, estudantes que aguardavam os portões dos locais de prova serem abertos em Petrolina já sabiam sobre o que iriam escrever na redação.
O tema da redação este ano foi o trabalho na construção da dignidade humana. O trabalho escravo foi o título de um dos textos de apoio. O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Petrolina, Dárcio Dias, disse que, se a fraude for comprovada, o exame pode ser anulado. “A primeira questão é comprovar efetivamente se houve fraude. Havendo a fraude, a medida é procurar um órgão competente, no sentido de denunciar. Confirmada essa hipótese, o certame estaria maculado e passível de anulação total”, explicou.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira (8), que o Ministério não trabalha com a hipótese de anular o exame.
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