sábado, 28 de julho de 2012

Homens com HIV podem ter sido curados após transplante de medula

De acordo com um estudo divulgado na Conferência Internacional sobre a Aids, em Washington, nos Estados Unidos da América (EUA), duas pessoas podem ter sido curadas do HIV após um transplante de medula óssea para tratar um câncer. O estudo foi realizado no Hospital de Mulheres de Brigham, em Boston, e liderado pelo doutor Daniel Kuritzkes. 

Segundo a publicação, dois pacientes, que haviam sido diagnosticaods com Aids há muito tempo, passaram por uma forma mais leve da quimioterapia antes do transplante. A dosagem mais leve permitiu que eles seguissem tomando seus remédios para o HIV durante todo o processo do transplante. Após a cirurgia, foi notado que o vírus não estava mais se reproduzindo.

Um paciente recebeu acompanhamento por quase dois anos após seu transplante, enquanto o outro foi testado durante três anos e meio, e "não há rastro do vírus" em nenhum dos casos, informaram os responsáveis pela pesquisa em comunicado.

"Acreditamos que a administração contínua de um tratamento antiretroviral que protege as células da doadora de infectar-se do HIV, enquanto eliminam e substituem as células dos pacientes, é efetiva para eliminar o vírus dos linfócitos do sangue dos pacientes", indicaram os especialistas.

Por enquanto, os dois homens estão tomando medicamentos antiretrovirais até que eles possam ser retirados aos poucos.



COMENTÁRIO: Excelente notícia para o vestibular. Daria uma ótima questão.

sábado, 21 de julho de 2012

Lentilha-d'água, a pequena planta que limpa o esgoto

Planta aquática capaz de reduzir de 15% a 20% a carga orgânica do esgoto doméstico é alvo de pesquisa na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A lentilha-d’água, utilizada em estações de tratamento dos EUA, China, Índia e Austrália, tem menos de dois centímetros e é considerada a menor do mundo entre as angiospermas (plantas com flores).

O Laboratório de Genômica e Proteômica de Plantas analisa duas espécies, uma do gênero Spirodela e outra do Lemna. “Vamos caracterizá-las geneticamente e verificar a eficiência delas no tratamento de esgoto”, diz o coordenador do laboratório, Tercílio Calsa Júnior.

A pesquisa teve início em janeiro, quando a equipe de Tercílio recebeu a visita de equipe da Rutgers University, em Nova Jersey, nos EUA. “Eles pesquisam as lentilhas-d’água há dez anos e lá a planta já é usada em estações de tratamento”, informa Tercílio, vinculado ao Departamento de Genética da UFPE.

No Estado, o tratamento é biológico, mas não usa plantas, explica a diretora de Tratamento de Esgoto da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa), Fátima Barbosa. Ela considera a pesquisa promissora. “Claro que a pesquisa é interessante. Além de ser um processo natural, pode significar redução de custos.”

Entusiasta da planta, o geneticista da UFPE acredita que as condições climáticas do Nordeste favorecem o cultivo da lentilha-d’água. “Aqui é um dos locais de ocorrência natural da espécie, que só precisa de área, sol e nutrientes. Temos a temperatura ideal – 30º a 32º – e, no caso de estações de tratamento, a carga orgânica funciona como alimento.”

Chamada duckweed (erva de pato), por ser um alimento da ave nos ambientes naturais, a planta foi identificada no câmpus da UFPE (Riacho do Cavouco), no Açude de Apipucos e na Estação de Tratamento da Compesa na Mangueira, Zona Oeste do Recife. Amostras coletadas nos dois locais por equipes da UFPE e da Rutgers University estão em cultivo no LGPP, vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Bioetanol.

A minúscula planta, que forma extensos tapetes verdes e é confundida com lodo ou algas nocivas, possui raiz, caule, folha, folha, flor e fruto. Embora tenha estrutura floral, a reprodução normalmente ocorre por brotação. Ou seja, a planta dá origem a clones. O mesmo ocorre com a cana-de-açúcar, carro-chefe das pesquisas do LGPP. “Excepcionalmente, pode haver floração e frutificação”, ensina Tercílio Calsa Júnior.